quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Desdém.


Os olhos ameaçadores

lhe lançaram questões.

Questões pelas quais ela só respondia ao avesso, pois as perguntas eram sempre ao contrário.

Mas pela primeira vez ela se sentia no estranho papel dos tiranos

daqueles que mandam e desmandam,

naquele papel que ela conhecia tão mal.

E se jogou, mesmo sem saber.

Caiu, caiu naquela armadilha em forma de abismo

as armadilhas que se escondem em algum canto de cada mente onde mora o caos.

e assim ela prosseguia destruindo os caminhos

as vilas, as casas e as flores

ela detestava as flores

especificamente aquela que tinha posto numa redoma,

e prometido cuidado e amor eterno.

Assim ela seguia os seus dias de vilania.

Sentindo o gosto amargo da destruição lenta e gradual,

vendo as coisas mais belas do mundo desfalecendo num simples estar.

Era o seu olhar de désdem

esse olhar terrível de um nojento ser superior que se instalou em seu ser.

Agora ela estava tomada

e não sabia como retomar.

Se tudo isso realmente existia

ninguém diria,

não tinha como saber

Suspeitava ser tudo uma invenção dos espinhos

daquela flor

que outrora a acusara

de destruir seu mundo

e esquecê-la na redoma

seca e sem água

esperando o vento chegar

e arrancar suas últimas pétalas

de dor.





Um comentário:

Pétalatriz disse...

Amiga,
posso me identificar com isto? Achar coincidência ao menos?
TE AMOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!

BEIJOS!
E obrigada por tudo e mais ainda por existir na minha vida!