domingo, 6 de setembro de 2009

Carta à Mafalda.


Mafalda, minha muito querida


Ando tão passional... Não, não são os novos amores. Tampouco os antigos, estes já se cristalizaram no meu sangue- irremediáveis. Escrevi ao Joaquim por esses dias, contava lhes da minha inquietude, da minha crença no ceticísmo como único terreno realmente firme. Não quero dar a esta carta um tom de melancolia tão propriamente meu. Tenho lutado a favor do pragmatismo dos modernos – Romantismo, geração segunda, eu sentada na varanda ao meio dia. Irrespirável. Os dias frios - nesta cidade quente - refletem as minhas produções irregulares. Sou feita de chuva, você bem sabe. A mente que passeia pela baía de Guanabara, olhos que pairam sobre a de todos os santos. Seis meses de solidão à minha espera. Só a Ana e eu, cada qual com a sua solidão mais obvia. Ela jura que cai das páginas para os meus braços (tantas paráfrases, aquele índice Onomástico que eu juraria ter sido feito por minhas próprias mãos. Não importa tanto). Mas saio de mim e me estendo a você. Quero saber dos seus dias. Dos seus dois quereres e planinhos sempre à mãos. Será que algum dia, em um desses tantos palcos, você não interpretou você mesma? Acho que um dia lhe lerei. Mergulhar num café surreal e respirar 40 anos de Beatles. Registros embebecidos e gosto de chocolate na boca? O nosso menino especial a dirigir além do carro toda aquela situação que já me compõe? Leio Adélia e leio você. Adorável compatibilidade. Aparece. Não prometo tipicidades no Sábado, mas um blues, mentes pra todos os gostos, licor pelos sorrisos.


Sua Líz.


*Um presento bonito, de quem sempre faz falta.
Thank you Líz.