tag:blogger.com,1999:blog-60558070967037767322024-03-13T09:36:33.670-07:00Meia listradaCarolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-8357681441657288112009-12-17T15:02:00.000-08:002009-12-17T16:06:13.219-08:00chuv.AR.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPQWcMFVHPnfaxj6qwlBN-78pqdUuO_aMB_gUhj5KOkYrQzjeiXS-M0WX2ubzFY_stX_2s70vJAo_AxQrPIXHHsKu7K_1iV1YibubA5d4N55RjSJnn4IhYg3acrSXTNZTC9pakWbZZ40w/s1600-h/meiaoz.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPQWcMFVHPnfaxj6qwlBN-78pqdUuO_aMB_gUhj5KOkYrQzjeiXS-M0WX2ubzFY_stX_2s70vJAo_AxQrPIXHHsKu7K_1iV1YibubA5d4N55RjSJnn4IhYg3acrSXTNZTC9pakWbZZ40w/s320/meiaoz.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5416360450673843698" border="0" /></a>E tudo aconteceu naquele instante.<br />Molhada de chuva numa rua escura<br />enxarcada de água nos olhos.<br />Percebia-se uma certa frieza em seu olhar<br />como se tivessem partido<br />aquele tal gelo brilhante que anda no canto dos olhos.<br />Não eram tempos de flores<br />eram dias de chuvas devastadoras<br />tempos de maços de cigarros vagabundos<br />rastros de lama nas solas dos sapatos imundos<br />sapatos altos e caros<br />quebrados e enlamaçados.<br />Correu.<br />Correu sem quê nem pra quê.<br />apenas correu<br />vento gelado de tempestade no rosto<br />raios e trovões<br />como num momento trágico, de um filme triste.<br />Corria.<br />Corria cada vez com mais dificuldade.<br />Água no tecido da roupa pesa.<br />Águas que se desprendem dos olhos também.<br />E no caminho<br />enxarcada de chuva e vencida pelo cansaço<br />a menina parou.<br />Existia um limite inalcansável, dentro do se próprio limite<br />Então, a menina agarrou<br />com toda força que tinha<br />todo o ar que podia respirar.<br />E sempre que chove<br />ela corre na chuva<br />sempre que chove<br />ela respira<br />e nesse instante<br />não há limites.Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-90137808926692532632009-10-28T13:09:00.000-07:002009-10-28T13:31:46.539-07:00Menina bonita bordada de caos.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Suipq4zZh8I/AAAAAAAAAJI/0PwaJvU0iJU/s1600-h/meia.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 264px; height: 274px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Suipq4zZh8I/AAAAAAAAAJI/0PwaJvU0iJU/s320/meia.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397750707671107522" border="0" /></a><br />A cada passo torto<br />quebrava um vaso de flores<br />por isso contava os passos<br />pra dar mais leveza ao desastre.<br />Teria uma sisma por caminhos tortuosos<br />ou uma predisposição ao precipício?<br />Rodava, girava e rodava<br />mas o ar nunca alcançava.<br />Ia contando e recortando o caos, pintado de veias coloridas.<br />às vezes andava com fogo<br />acendia um isqueiro e incendiava<br />queimava as bordas<br />de qualquer papel de carta e rodava...<br />a menina do caos.<br />diziam que era sina<br />transformar tudo que rima<br />em algum poema que desafina.<br />Vai ver era só dizer a ela...<br />"moça por favor, cuida bem de mim."Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-59297661664214492962009-09-06T17:53:00.000-07:002009-09-06T17:57:14.915-07:00Carta à Mafalda.<a href="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/SqRaNalA1hI/AAAAAAAAAJA/E7NVVoJE45A/s1600-h/meia3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5378523041506579986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/SqRaNalA1hI/AAAAAAAAAJA/E7NVVoJE45A/s320/meia3.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Mafalda, minha muito querida </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Ando tão passional... Não, não são os novos amores. Tampouco os antigos, estes já se cristalizaram no meu sangue- irremediáveis. Escrevi ao Joaquim por esses dias, contava lhes da minha inquietude, da minha crença no ceticísmo como único terreno realmente firme. Não quero dar a esta carta um tom de melancolia tão propriamente meu. Tenho lutado a favor do pragmatismo dos modernos – Romantismo, geração segunda, eu sentada na varanda ao meio dia. Irrespirável. Os dias frios - nesta cidade quente - refletem as minhas produções irregulares. Sou feita de chuva, você bem sabe. A mente que passeia pela baía de Guanabara, olhos que pairam sobre a de todos os santos. Seis meses de solidão à minha espera. Só a Ana e eu, cada qual com a sua solidão mais obvia. Ela jura que cai das páginas para os meus braços (tantas paráfrases, aquele índice Onomástico que eu juraria ter sido feito por minhas próprias mãos. Não importa tanto). Mas saio de mim e me estendo a você. Quero saber dos seus dias. Dos seus dois quereres e planinhos sempre à mãos. Será que algum dia, em um desses tantos palcos, você não interpretou você mesma? Acho que um dia lhe lerei. Mergulhar num café surreal e respirar 40 anos de Beatles. Registros embebecidos e gosto de chocolate na boca? O nosso menino especial a dirigir além do carro toda aquela situação que já me compõe? Leio Adélia e leio você. Adorável compatibilidade. Aparece. Não prometo tipicidades no Sábado, mas um blues, mentes pra todos os gostos, licor pelos sorrisos. </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Sua Líz.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">*Um presento bonito, de quem sempre faz falta.</div><div align="justify">Thank you Líz.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-71786855212814496992009-08-31T18:04:00.000-07:002009-08-31T18:27:47.944-07:00Meu.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Spx4hGI-lYI/AAAAAAAAAI4/xrdhHesGIwQ/s1600-h/meia5.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376304565152814466" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 214px" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Spx4hGI-lYI/AAAAAAAAAI4/xrdhHesGIwQ/s320/meia5.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ela teve um labririnto na infância</div><br /><div>aprendeu que quanto mais se perdia</div><br /><div>mais se encontrava.</div><br /><div>Dentro do labirinto,</div><br /><div>compreendeu que não existe um só caminho</div><br /><div>que não existe uma só possibilidade</div><br /><div>as vezes pela direita haviam monstros</div><br /><div>e pela esquerda aqueles sonhos esquisitos de criado-mudo.</div><br /><div>Ela nunca teve medo de mostros no armário</div><br /><div>apenas de sonhos de criado-mudo.</div><br /><div>sonhos de olhos abertos.</div><br /><div>Ele nunca abria os olhos enquanto ela gritava.</div><br /><div>Ele nunca se movia enquanto ela batia,</div><br /><div>ela teria que aprender a gritar </div><br /><div>dizia ele</div><br /><div>sem ninguém para apartar.</div><br /><div>Ela tem que aprender a correr,</div><br /><div>dizia ele,</div><br /><div>sem ninguém para se agarrar.</div><br /><div>Ela tem que andar numa corda-bamba, elegante como uma bailarina.</div><br /><div>As vezes preferiria não ter sujado tanto as mãos de terra</div><br /><div>mas hoje sente falta de balançar na mangueira</div><br /><div>dos livros esquisitos</div><br /><div>e de ver o mundo mais mais alto que as outras crianças.</div><br /><div>Um dia ele matou uma cobra, pra vingar seu coelho,</div><br /><div>ela gostou</div><br /><div>depois chorou</div><br /><div>nem cobra</div><br /><div>nem coelho.</div><br /><div>tanto faz.</div><br /><div>Obrigada,</div><br /><div>por sempre me confundir </div><br /><div>e por me fazer fugir</div><br /><div>das comidas que eu nunca comi</div><br /><div>das orações que eu nunca entendi</div><br /><div>das idéias que eu nunca aprendi</div><br /><div>das músicas que eu nunca quis ouvir</div><br /><div>e do mar, que um dia quis me engolir.</div><br /><div></div><br /><div>For my father.</div><br /><div>with love.</div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-45036744866770482552009-08-31T17:05:00.000-07:002009-08-31T18:01:54.374-07:00Sacudindo palavras.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Spxwcx2MvtI/AAAAAAAAAIw/nRHUdq6U-vQ/s1600-h/meia6.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376295694892842706" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Spxwcx2MvtI/AAAAAAAAAIw/nRHUdq6U-vQ/s320/meia6.jpg" border="0" /></a><br /><div>O metrô se aproxima.</div><div><br />Elas já podem sentir </div><div>aos poucos </div><div>o vento </div><div>que vai </div><div>balançando </div><div>seus cabelos</div><div>o barulho </div><div>que vai </div><div>incomodando seus ouvidos</div><br /><div>então, elas se olham e gritam:</div><br /><div></div><div></div><div></div><div>-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!</div><br /><div>As pessoas ao redor as olham atônitas... só podem ser malucas, afinal, nem crinaças são.</div><br /><div>Mas as garotas continuaram a berrar, até todos ao seu redor começarem a se calar. Sem motivo, sem obrigações, sem nada, apenas gritaram e calaram.</div><br /><div></div><br /><div>Doutro lado do mundo outras questões:</div><br /><div></div><br /><div>- Vamos pular?</div><br /><div>-Vamos.</div><br /><div>-E se doer?</div><br /><div>- Daí já terá doido, não importa mais.</div><br /><div>- Também acho.</div><br /><div>-Então vamos?</div><br /><div>-Vamos.</div><br /><div></div><div>E numa cidadezinha da Alemanha, um judeu, que passou 11 meses mais ou menos dentro de um porão, saí para dar uma espiada pela janela, numa noite de bombardeio, seus olhos ardem, há um motivo:</div><br /><div>- Haviam estrelas, e elas queimaram meus olhos.</div><br /><div></div><div>Em algum lugar do atlântico, 3 jovens cantam em alto e bom som um legítimo rock and roll e se embriagam de vinho, licor e poesia.</div><br /><div></div><div>Na rua Himmel (que significa céu, em alemão), existe uma menina que rouba livros e tem um amigo de cabelos cor de limão chamado Rudy, ela tem vontade de ter um dicionário, ela perdeu o irmão num acidente de trem, ela tem um pai adotivo que toca acordeão e pinta janelas em troca de alguns cigarros, ela lê os livros que rouba para distrair uma senhora que perdeu o filho na guerra, ela tem um amigo judeu que mora num porão, ela já disse indelicadezas para a mulher do prefeito mas frequenta a sua biblioteca para roubar livros e comer alguns biscoitos.</div><br /><div>Ela nunca quis beijar Rudy</div><br /><div>ela já quis beijar Rudy</div><br /><div>mas não o fez</div><br /><div>se arrempederia amargamente depois.</div><br /><div>Ela já teve um livro feito pra ela</div><br /><div>era um livro nazista, descolorido e colorido novamente, especialmente para ela.</div><br /><div>a sacudidora de palavras.</div><br /><div></div><br /><div>todas</div><br /><div>essas</div><br /><div>vidas que acontecem simultâneamente enquanto respiramos, olhamos estrelas, pulamos e nos embriagamos.</div><br /><div></div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-29106226958639291552009-08-21T19:03:00.000-07:002009-08-21T19:32:10.238-07:00Até o fim.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9YlDBLj8I/AAAAAAAAAHk/eIOKci6jQx8/s1600-h/meiaaa.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9YlDBLj8I/AAAAAAAAAHk/eIOKci6jQx8/s320/meiaaa.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372610273964953538" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9YA0f0NpI/AAAAAAAAAHc/3CkLHgn5fSo/s1600-h/meiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.gif"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 1px; height: 1px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9YA0f0NpI/AAAAAAAAAHc/3CkLHgn5fSo/s320/meiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372609651591624338" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9XvM29R-I/AAAAAAAAAHU/u_YpuQobTIA/s1600-h/meiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.gif"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 1px; height: 1px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/So9XvM29R-I/AAAAAAAAAHU/u_YpuQobTIA/s320/meiaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372609348893493218" border="0" /></a><br />- Porque você insiste em fumar até o último trago?<br />-Sei lá, não gosto de deixar as coisas inacabadas.<br />- Pois saiba que esse hábito é por demais irritante.<br />- Não me importo.<br />-Óbvio. Você nunca se importa.<br /><span style="font-style: italic;"><br />(Silêncio)</span><br /><br />- Eu bem que poderia encontrar pelo menos alguma ponta de sentido para certas coisas.<br />- E será possível?<br />- Talvez.<br />- Talvez,talvez... não teria uma resposta mais inteligente?<br />- Eu não sou inteligente, eu odeio as pessoas inteligentes.<br />- Ok, você não é inteligente.<br />- Se eu fosse um pouco mais ignorante talvez eu soubesse as repostas, ou ao menos, pensaria que sabia das respostas...<br />- Eu não me importo com as respostas.<br />- Eu sei, você nunca se importa com nada.<br /><span style="font-style: italic;"><br />(Silêncio)</span><br /><br />- Por quê insistimos em olhar tão adiante, já sabendo que lá a vista não alcança?<br />- Eu sempre acho que vai alcançar.<br />- Um dia eu pensei que tivessem alcançado, mas eram apenas luzes de refletores, daquelas que embaçam nossa visão, sabe?<br />-Sei sim, eu também ví, não há quem não a veja.<br />- Eu queria ter alcançado, eu queria que o que tivesse por trás de todos aqueles refletores também tivesse me enxergado.<br />- Seria bonito.<br />-Seria.<br /><span style="font-style: italic;"><br />(Silêncio)</span><br /><br />-Ei, não adianta forçar mais, você vai acabar se machucando, quebrando a perna, batendo a testa ou qualquer uma dessas inúmeras fatalidades que acontecem na vida.<br />-Eu sei, mas eu fui até o final, gastei horas e horas mas ví, ao menos um esboço, mas ví.<br />- O quê você viu?<br />- Talvez algo tão sublime quanto um sorrisso.<br />- Ou sarcasmo?<br /><br /><span style="font-style: italic;">(Silêncio)</span>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-78898172728573618632008-02-06T20:42:00.000-08:002008-02-06T21:43:12.775-08:00Cacos.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R6qXiqRMoII/AAAAAAAAAFE/QND8jp3dlOQ/s1600-h/cacooos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5164106544451461250" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R6qXiqRMoII/AAAAAAAAAFE/QND8jp3dlOQ/s320/cacooos.jpg" border="0" /></a><br /><div>E no meio de tantos cacos que tem peso de mil jarros<br />eu cato toda a história de uma mangueira<br />que costumava dar frutas,<br />antes de ser envenenada.<br />Embaixo das suas folhas se cantava música pop bem alta<br />e bailava<br />como se fosse o maior carrossel do mundo.<br />Amava-se de um amor sem fim<br />amor de bolinhos de feijão<br />e mastruz com leite pra curar qualquer dor que lhe aflingisse o peito.<br />A dona do jarro não sabe que ele se quebrou.<br />A dona do jarro já possui tantas coisas quebradas, partidas em mil pedacinhos bem significantes.<br />Precisa-se de novos jarros.<br />Precisa-se de novos cacos para juntar.<br />Só assim para entender todos os cacos anteriores.<br />Um dia eu quero montar um grande jarro<br />e dentro dele colocar todos os meus cacos.<br />Nenhum será jogado fora,<br />nem os mais feios.<br />Nem aqueles que alguém pisou e transformou em farelos bem miudinhos.<br />Nem aqueles que eu queria que não fizessem parte do meu jarro.<br />Até esses eu preciso pôr na minha mala,<br />talvez ele seja o defeito que sustenta meu alicerce inteiro.<br />São tantos cacos espalhados que não sei por onde começar.<br />Ao ir embora seu rosto se enxarcava de água salgada.<br />Ao ir embora seu rosto se enxarca de água salgada.<br />Um caco enorme espetou meu dedo<br />e dói.<br /><br />É quarta-feira de cinzas, a festa já acabou. Ou começou....</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-39891888575777381392007-12-21T17:24:00.000-08:002007-12-21T18:10:02.650-08:00Da Av. 7 ao Samhain.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R2xx6dOTyjI/AAAAAAAAAEc/7XKT0gy-Ft4/s1600-h/listras.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5146613723268631090" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R2xx6dOTyjI/AAAAAAAAAEc/7XKT0gy-Ft4/s320/listras.jpg" border="0" /></a><br /><div>Andava com os pés na mão</div><br /><div>Era solstício de verão.</div><br /><div>Não sabia.</div><br /><div>Ouvidos nas buzinas</div><br /><div>dos vendedores de esquinas</div><br /><div>ouvindo liquidação</div><br /><div>Era longa a estrada infernal</div><br /><div>bem no centro do capital</div><br /><div>vendiam manga</div><br /><div>calcinha</div><br /><div>panela de pressão</div><br /><div>pra fazer pressão.</div><br /><div>Podia fazer um pedido</div><br /><div>se olhasse para o céu</div><br /><div>se ouvisse o céu</div><br /><div>mas</div><br /><div>É Natal!</div><br /><div>berrava o capital</div><br /><div>e não há tempo a perder.</div><br /><div>Não há</div><br /><div>não há felicidade sem grandes ofertas</div><br /><div>não há vida sem pulseiras coloridas</div><br /><div>não há sorrissos sem sandálias americanas.</div><br /><div>A vida que há gira em torno do olhar</div><br /><div>daquele que olha</div><br /><div>sem poder participar</div><br /><div>da festa do comprar</div><br /><div>da guerra por pagar</div><br /><div>da doença por.</div><br /><div>TER.</div><br /><div>Enquanto isso em outro mundo</div><br /><div>um Deus dá seu último beijo em sua amada </div><br /><div>e caminha ao país do Verão utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain. </div><br /><div>Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois acredita-se que seu poder mágico é muito grande.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-42694006915367198662007-11-27T16:55:00.000-08:002007-11-27T17:19:48.337-08:00Mulher de Klimt.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R0zCJcvlwhI/AAAAAAAAAEA/3dY8Z0GD8hI/s1600-h/meiaaaaa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5137694742513304082" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/R0zCJcvlwhI/AAAAAAAAAEA/3dY8Z0GD8hI/s320/meiaaaaa.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ela olha vesgo de fogo<br />e de água<br />às vezes de terra.<br />Ruboriza sua face<br />iluminada<br />com conchas coloridas que<br />caem em meio ao amarelo<br />opaco<br />iluminado<br />com estrelas do mar.<br />A outra afunda em seus cabelos<br />e fecha os olhos.<br />Ela permanece<br />com três dedos de serpente<br />entre os seios<br />velando o sono.<br />Outra vigia<br />de olhos e cabelos negros<br />que se perdem<br />no vazio<br />onde a tinta não alcançou.<br />Ela olha e se prepara<br />pra melancolia<br />e pra alegria<br />de dizer<br />de viver<br />oculta<br />em seu casulo ruivo<br />ou amarelado.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-35630257760638423912007-10-25T11:54:00.000-07:002007-11-06T08:22:44.253-08:00Des apego<a href="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RzCUrs-fKVI/AAAAAAAAAD4/adty21XiqTA/s1600-h/spa_fotologs_net.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5129763454103529810" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RzCUrs-fKVI/AAAAAAAAAD4/adty21XiqTA/s320/spa_fotologs_net.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ontem ela sussurou no meu ouvido<br />mais intensa que anteontem<br />me fazendo lembrar seus gestos<br />sua dissimulação inocente<br />sua raiva e sua culpa<br />ela sabe que não volta<br />eu também<br />mais continua em mim.<br />Os sussuros<br />Sua vida.<br />Morre Mary,<br />todo personagem morre.<br />Morre Mary e fecha um ciclo<br />e o que virá se inicia<br />ou se confunde.<br />Um dia um ator famoso disse que personagens são como orixás<br />procurando por algum ator que os incorpore.<br />Chove dentro de alta fantasia.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-2965711338783112652007-08-31T16:26:00.000-07:002007-08-31T16:40:21.289-07:00Digo.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiECblxRfRn5QfV9rpYxZ8XeAu-TP4EzJHqHJ5c3D0Y-VcUZfCw0xBOOyyPIIqDAcE-3Wye5U5ThiMjLerhuTOGJAGWzRNDuhTwhQMF3k2v5DzcSU4SuirhdC_1eIkLDMud0jo6M6m0JZI/s1600-h/casa.+024.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5105013472654152082" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiECblxRfRn5QfV9rpYxZ8XeAu-TP4EzJHqHJ5c3D0Y-VcUZfCw0xBOOyyPIIqDAcE-3Wye5U5ThiMjLerhuTOGJAGWzRNDuhTwhQMF3k2v5DzcSU4SuirhdC_1eIkLDMud0jo6M6m0JZI/s320/casa.+024.jpg" border="0" /></a><br /><div>Corria atrás das palavras</div><br /><div>que lhe fugiam como insetos chatos.</div><br /><div>Sabia o que dizer e como dizer</div><br /><div>mas elas fugiam</div><br /><div>sempre na pior hora.</div><br /><div>Estranho mundo das palavras</div><br /><div>de personalidades vis.</div><br /><div>Dizem que dizem </div><br /><div>mas nada dizem</div><br /><div>ou nada sabem.</div><br /><div>Ás vezes ela perde feio</div><br /><div>pro olho</div><br /><div>pros dedos</div><br /><div>pras rugas</div><br /><div>esses sim</div><br /><div>sabem pronunciar o que sentem.</div><br /><div>E ela continua a correr</div><br /><div>pois se sente só</div><br /><div>sem as palavras</div><br /><div>sem o dom de saber </div><br /><div>procurá-las.</div><br /><div>Mas talvez não queira </div><br /><div>e as ache um tanto quanto</div><br /><div>insignificantes</div><br /><div>hipócritas</div><br /><div>arrogantes</div><br /><div>como é arrogante e mentiroso o mundo de quem tem o dom das palavras</div><br /><div>bem ditas e dizidas e didizidas</div><br /><div>dizem que dizem</div><br /><div>que pensam</div><br /><div>que falam</div><br /><div>que, que , que , que...</div><br /><div>palavras</div><br /><div>Ela só as encontrava</div><br /><div>e as sentia próximas, reais, verdadeiras...</div><br /><div>na caixa mágica cheia de luzes</div><br /><div>alí no palco</div><br /><div>do teatro</div><br /><div>ela encontrava todas</div><br /><div>e as dizia pela boca, orelha, nariz, pele, olho...</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-87625740010639063562007-08-26T19:33:00.000-07:002007-09-06T05:11:14.300-07:00Via Láctea.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RtI7grMiUYI/AAAAAAAAACs/vYyVlKf4B7s/s1600-h/meia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5103206760301351298" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RtI7grMiUYI/AAAAAAAAACs/vYyVlKf4B7s/s320/meia.jpg" border="0" /></a><br /><div>Irmersos na nuvem de fumaça</div><br /><div>eles caíram</div><br /><div>e voaram</div><br /><div>colocaram uma roupa nova</div><br /><div>abriram a porta e sairam</div><br /><div>ao invés de luz, tinha tiroteio no fim do túnel</div><br /><div>uma ladeira enorme</div><br /><div>e eles escorregaram</div><br /><div>sentindo o cheiro de fio queimado.</div><br /><div>Enquanto isso na enfermaria</div><br /><div>uma mulher barriguda e de pé torto</div><br /><div>aparecia cantando sucessos populares.</div><br /><div>Segunda...</div><br /><div>feira?</div><br /><div>chance?</div><br /><div>vida?</div><br /><div>Ela só queria uma segunda.</div><br /><div>E aquele moço</div><br /><div>que carregava nos olhos o pânico do mundo</div><br /><div>anunciava tragédias</div><br /><div>e resumia o desespero de um país.</div><br /><div>Tudo aconteceu durante a queda</div><br /><div>e só eles viram</div><br /><div>seres fantásticos que se escondem no país da razão</div><br /><div>seja como for</div><br /><div>é uma dor que dói no peito.</div><br /><div>Mas queimaram o filme.</div><br /><div>No fim do percursso</div><br /><div>um amontoado de insignificancias</div><br /><div>que não fizeram nenhuma diferença</div><br /><div>e tudo valeu a pena</div><br /><div>apenas pelo percursso</div><br /><div>mesmo se as estrelas começassem a cair</div><br /><div>e nos queimasse</div><br /><div>tudo ao redor.</div><br /><div>Me diz, me diz, pra onde a gente vai fugir?</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-34630618321468920862007-08-23T13:25:00.000-07:002007-08-23T13:44:00.473-07:00Dionísio.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rs3xXLMiUXI/AAAAAAAAACk/7katuIm9BS0/s1600-h/v%C3%A1rias.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5101999333325295986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rs3xXLMiUXI/AAAAAAAAACk/7katuIm9BS0/s320/v%C3%A1rias.jpg" border="0" /></a><br /><div>E o ciclo se fecha com uvas e vinho</div><br /><div>Com bastõs, com máscaras coloridas</div><br /><div>Brilho.</div><br /><div>Com o olhar e a benção de Dionísio.</div><br /><div>Força, fé e luz</div><br /><div>Luz de um filme que assito todos os dias,</div><br /><div>cheio de flash backs</div><br /><div>cheio de partes chatas,</div><br /><div>partes lindas</div><br /><div>partes que partem e ficam</div><br /><div>ficam entranhadas</div><br /><div>no meu ser</div><br /><div>no meu fazer</div><br /><div>ser</div><br /><div>outro ser e outras muitas vidas que foram e virão.</div><br /><div>Festa de casamento é sempre bela</div><br /><div>Mas os anos que se seguem nem sempre.</div><br /><div>A não ser quando há amor</div><br /><div>esse viajante solitário</div><br /><div>sem bússola da fé ou da ideologia</div><br /><div>vagando pelos labirintos.</div><br /><div>Coração e mente</div><br /><div>atuação.</div><br /><div>Na estrada espero ter peito e alma</div><br /><div>para encarar a mesma sensação</div><br /><div>dos palhaços correndo no tapete vermelho</div><br /><div>do vulto que se passa na mente</div><br /><div>quando coisas inesperadas acontecem</div><br /><div>preenchendo o corpo inteiro, e o que tem além dele.</div><br /><div>Como em todos os dias de espetáculo</div><br /><div>como se fosse pela primeira vez</div><br /><div>vendo as cores do pôr-do-sol</div><br /><div>nas luzes dos refletores</div><br /><div>Evoé Baco!</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-35825651696146314832007-08-15T19:14:00.000-07:002007-08-15T19:26:18.942-07:00Lágrima.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwNpNyTUaL8Gk-aN0N2yvAkk__-hxfZJf5rOOp0Z-xBFyvf0LKNYruPWRYww4Gn2hfHHnz15CblSgyprj1E2tCYTFoDdsA79jrJo2kj28P696UKDsH0s8L4jzkuVb1iHlSbBVbDCxhDw/s1600-h/casa.+023.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5099119025177383266" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwNpNyTUaL8Gk-aN0N2yvAkk__-hxfZJf5rOOp0Z-xBFyvf0LKNYruPWRYww4Gn2hfHHnz15CblSgyprj1E2tCYTFoDdsA79jrJo2kj28P696UKDsH0s8L4jzkuVb1iHlSbBVbDCxhDw/s320/casa.+023.jpg" border="0" /></a><br /><div>Escorre silenciosa, </div><br /><div>empurrada por um turbilhão de pensamentos.</div><br /><div>Pesada e singela.</div><br /><div>Ás vezes ela vem enfileirada, uma após outra</div><br /><div>como se fossem únicas</div><br /><div>como se fossem um rio corrente</div><br /><div>ou uma cachoeira</div><br /><div>com seu arroubo violento.</div><br /><div>Acompanha um sorrisso</div><br /><div>ou um olhar trágico</div><br /><div>Está no rosto das crianças mimadas</div><br /><div>da menina com fome</div><br /><div>do perdedor</div><br /><div>do ganhador</div><br /><div>da filha que vai embora</div><br /><div>do casal divorciado</div><br /><div>dos que a possuem sem ao menos saber o porque.</div><br /><div>Está no rosto da atriz</div><br /><div>que as repete</div><br /><div>em todos os dias de espetáculo.</div><br /><div>Está na platéia que a acompanha.</div><br /><div>Está em toda parte</div><br /><div>a água do mundo</div><br /><div>que nenhum aquecimento global secará.</div><br /><div>E continuará a escorrer</div><br /><div>pra dentro ou pra fora</div><br /><div>mesmo que doa</div><br /><div>mesmo que alivie</div><br /><div>silenciosa ou gritante</div><br /><div>nervosa ou feliz</div><br /><div>a água</div><br /><div>que lava</div><br /><div>a alma</div><br /><div>e faz bem pros olhos</div><br /><div>quando escorre</div><br /><div>dos buracos</div><br /><div>do seu corpo</div><br /><div>a água</div><br /><div>salgada que nem mar.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-40580191181676595782007-08-14T09:46:00.001-07:002007-08-15T19:35:06.910-07:00Mary.<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5098600779541004658" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkeczysqwDv39Wklcn7Di1lTvE0hOEqREaLiQVuLebm4Nj8u-PxfHEP_ZGvi0pkWcSji3PILxqU2t6Cc65GdjArVCvGtE93HuIxTGOZlugCmPpylWNTUIqO2f_MDztsICh7TKA3eTva4U/s320/casa.+026.jpg" border="0" />Andava desorientada e ouvindo ecos.<br /><br />Ouvia os gritos se juntando ao som do hino.<br /><br />Sentia medo e culpa<br /><br />Iria enforcar várias mulheres e homens,<br /><br />destruindo assim muitos lares<br /><br />fazendo com que órfãos vagassem de casa em<br />casa.<br /><br />Inclusive aqueles que ela cuidava com tanto carinho.<br /><br />Via Elisabeth cantando uma canção de ninar toda noite.<br /><br />Aquela paz calma e tranquila, que se sucedia, dia após dia<br /><br />estava desmoronando diante de seus olhos<br /><br />diante de cada palavra em falso que pronuciava.<br /><br />Se sentia como uma boneca espetada por uma agulha<br /><br />Começava a ver os espíritos que antes fingia ver, a atacando, e arrancando toda migalha de<br /><br />dignidade que ainda restara no seu corpo.<br /><br />E assim ela traiu sua vila<br /><br />Fez feliz suas amigas que a abandonariam logo depois<br /><br />e morreu<br /><br />na sua própria forca.Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-43174362329846980582007-08-07T10:36:00.000-07:002007-08-07T11:10:06.124-07:00Fotografia.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUrSrDYtS_79YkxqD0Z4Ct-s4P94ShfbWi4YLJsDe6JDH_vzJN1vkOLUgXWqGRXQ8BxwQK7XmJFxmSSIGnfz_T-eJyyk5sxEQJoeooSojSSLraZRWWWUxD5etrmgdSrk6-E8DM5iGsfpU/s1600-h/casa.+016.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5096020474858717538" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUrSrDYtS_79YkxqD0Z4Ct-s4P94ShfbWi4YLJsDe6JDH_vzJN1vkOLUgXWqGRXQ8BxwQK7XmJFxmSSIGnfz_T-eJyyk5sxEQJoeooSojSSLraZRWWWUxD5etrmgdSrk6-E8DM5iGsfpU/s320/casa.+016.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgesEIMGrKoEkbh_jw8hHXQliMrngzh4PmGndYiSj8M4RbitHyddQS3FX7vF8SX0jKeZAtOwaosnOtK5TfvuDi-WUjGsb41-RpztqjrFlnnM9XbOuseE1SNQcqi92JI9ARhF1naUNp2fJk/s1600-h/casa.+017.jpg"></a><br /><br /><div>E <span style="color:#ffff33;">el</span><span style="color:#ff0000;">es</span> andavam seguindo o fluxo</div><br /><br /><div>do trânsito, da pista, da linha da vida,</div><br /><br /><div>muitas vezes dando umas escapadas pela contramão.</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> seguia andando reto</div><br /><br /><div>as vezes dando umas olhadinhas para o lado</div><br /><br /><div>para ver a expressão <span style="color:#ffff33;">dele</span>,</div><br /><br /><div>que seguia com os olhos vidrados <span style="color:#ff0000;">nela</span>,</div><br /><br /><div>e <span style="color:#ffff33;">nele</span></div><br /><br /><div>e em frente</div><br /><br /><div>e nos lados.</div><br /><br /><div><span style="color:#ffff33;">Ele</span> lhe dizia para ter calma</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> carregava a urgência nos olhos.</div><br /><br /><div><span style="color:#ffff33;">Ele</span> sabia exatamente aonde iriam chegar</div><br /><br /><div>havia planejado todo o percursso.</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> se sentia perdida</div><br /><br /><div>de repente todas as setas ficaram embaralhadas.</div><br /><br /><div>Mas <span style="color:#ffff33;">ele</span> lhe dava a mão</div><br /><br /><div>e <span style="color:#ff0000;">ela</span> seguia.</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> acreditava.</div><br /><br /><div><span style="color:#ffff33;">Ele</span> acreditava.</div><br /><br /><div>Pelo menos vislumbravam um mesmo fim.</div><br /><br /><div>Os passos <span style="color:#ffff33;">dele</span> eram lentos, tortos.</div><br /><br /><div>Os <span style="color:#ff0000;">dela</span> corriqueiros, retos.</div><br /><br /><div><span style="color:#ffff33;">Ele </span>tinha nas mãos uma grande sabedoria.</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> tinha nas mãos alguns livros e letras.</div><br /><br /><div><span style="color:#ffff33;">Ele</span> fotografou tudo que viu no caminho,</div><br /><br /><div>a dor, o desespero, a decepção.</div><br /><br /><div><span style="color:#ff0000;">Ela</span> guardou todas as fotos</div><br /><br /><div>como quem guarda relíquias sagradas.</div><br /><br /><div>E guardou também suas próprias fotos</div><br /><br /><div>e ficou com as <span style="color:#ffff33;">dele</span> na lembrança.</div><br /><br /><div>Todos os olhares</div><br /><br /><div>Todas as dúvidas</div><br /><br /><div>Todos os medos.</div><br /><br /><div>Porque <span style="color:#ff0000;">ela</span> sabia que <span style="color:#ffff33;">ele</span> nunca gostou de sair em fotografia.</div><br /><br /><div>E se lembraria disso</div><br /><br /><div>no fim do percursso</div><br /><br /><div>como quem ri de uma foto antiga.</div><br /><br /><div></div><br /><br /><div></div><br /><br /><div></div><br /><br /><div></div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-75158816329895758452007-08-02T20:36:00.001-07:002007-08-02T21:03:37.868-07:00Desdém.<a href="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RrKm9TwSQUI/AAAAAAAAAB8/vQAlsKgAUsc/s1600-h/lurex.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094317700714479938" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RrKm9TwSQUI/AAAAAAAAAB8/vQAlsKgAUsc/s320/lurex.jpg" border="0" /></a><br /><div>Os olhos ameaçadores</div><br /><div>lhe lançaram questões.</div><br /><div>Questões pelas quais ela só respondia ao avesso, pois as perguntas eram sempre ao contrário.</div><br /><div>Mas pela primeira vez ela se sentia no estranho papel dos tiranos</div><br /><div>daqueles que mandam e desmandam,</div><br /><div>naquele papel que ela conhecia tão mal.</div><br /><div>E se jogou, mesmo sem saber.</div><br /><div>Caiu, caiu naquela armadilha em forma de abismo</div><br /><div>as armadilhas que se escondem em algum canto de cada mente onde mora o caos.</div><br /><div>e assim ela prosseguia destruindo os caminhos</div><br /><div>as vilas, as casas e as flores</div><br /><div>ela detestava as flores</div><br /><div>especificamente aquela que tinha posto numa redoma, </div><br /><div>e prometido cuidado e amor eterno.</div><br /><div>Assim ela seguia os seus dias de vilania.</div><br /><div>Sentindo o gosto amargo da destruição lenta e gradual, </div><br /><div>vendo as coisas mais belas do mundo desfalecendo num simples estar.</div><br /><div>Era o seu olhar de désdem</div><br /><div>esse olhar terrível de um nojento ser superior que se instalou em seu ser.</div><br /><div>Agora ela estava tomada</div><br /><div>e não sabia como retomar.</div><br /><div>Se tudo isso realmente existia</div><br /><div>ninguém diria, </div><br /><div>não tinha como saber</div><br /><div>Suspeitava ser tudo uma invenção dos espinhos</div><br /><div>daquela flor</div><br /><div>que outrora a acusara</div><br /><div>de destruir seu mundo</div><br /><div>e esquecê-la na redoma</div><br /><div>seca e sem água</div><br /><div>esperando o vento chegar</div><br /><div>e arrancar suas últimas pétalas</div><br /><div>de dor.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-67231549629791958222007-07-28T15:04:00.000-07:002007-07-28T15:17:09.609-07:00Chocolate meio amargo.<a href="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RqvABzwSQTI/AAAAAAAAAB0/TSYjx4_1c9I/s1600-h/list.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5092374940977611058" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RqvABzwSQTI/AAAAAAAAAB0/TSYjx4_1c9I/s320/list.jpg" border="0" /></a><br /><div>Hoje tem pavê de morango e chocolate</div><br /><div>aquele que eu tanto quis receita.</div><br /><div>Tem gosto de leite condensado</div><br /><div>chocolate meio amargo e picado</div><br /><div>pelas mãos que o esmagarram e o jogaram no chão.</div><br /><div>Esfaquearam.</div><br /><div>Morangos dilacerados e cortados até o talo.</div><br /><div>A noite será doce, gordurosa e suculenta.</div><br /><div>Amanhã,</div><br /><div>Talvez apenas lambidas violentas na vasilha</div><br /><div>e saudade do aroma que se foi</div><br /><div>do que era doce e se acabou</div><br /><div>da receita que não aprendeu.</div><br /><div>É como aquelas que precisam de toques mágicos</div><br /><div>da sua mão,</div><br /><div>e do gosto amargo.</div><br /><div>O chocolate é meio amargo.</div><br /><div></div><br /><div></div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-40707242635137985262007-07-16T20:09:00.000-07:002007-07-16T20:30:47.062-07:00Espinho.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rpw14qgZkTI/AAAAAAAAABk/PCSE95GprY0/s1600-h/mei.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088000926620946738" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rpw14qgZkTI/AAAAAAAAABk/PCSE95GprY0/s320/mei.jpg" border="0" /></a><br />Espinho espeta, fura e machuca.<br /><br />Mesmo com uma redoma circular<br /><br />O vento que soprou do lado inesperado<br /><br />desorientou o que já havia se orientado<br /><br />uns transtornos<br /><br />tortos de<br /><br />vertigem com náuseas<br /><br />que entortaram o cabo<br /><br />e deixou tudo inundado com água salgada.<br /><br />Toda flor<br /><br />exala um pouco de dor em seu espinho.Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-62893339811369569512007-07-07T09:54:00.000-07:002007-07-07T09:59:54.833-07:00Fim.<a href="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Ro_GcqRdyKI/AAAAAAAAABU/MmViSA3QkEk/s1600-h/36607594_4d31eab00a_m.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5084500700010760354" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Ro_GcqRdyKI/AAAAAAAAABU/MmViSA3QkEk/s320/36607594_4d31eab00a_m.jpg" border="0" /></a><br /><div>Chuva</div><br /><div>chove</div><br /><div>leva </div><br /><div>tudo</div><br /><div>trás só o que é bom</div><br /><div>pela água afora</div><br /><div>brincando de novo</div><br /><div>sem alça</div><br /><div>sem cinto de segurança</div><br /><div>sem espelho</div><br /><div>sem água</div><br /><div>sem nada</div><br /><div>sem lágrima</div><br /><div>que escorre</div><br /><div>e limpa</div><br /><div>o que tá guardado</div><br /><div>na voz</div><br /><div>na tua voz</div><br /><div>que me diz</div><br /><div>que eu devo me jogar</div><br /><div>no abismo</div><br /><div>abismo</div><br /><div>fim.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-46541692444924130142007-06-20T21:41:00.000-07:002007-06-21T05:32:39.638-07:00Réplica.<a href="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RnoFz4MeGII/AAAAAAAAAAs/Nkq87LJMMrk/s1600-h/meias2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5078377918629812354" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RnoFz4MeGII/AAAAAAAAAAs/Nkq87LJMMrk/s320/meias2.jpg" border="0" /></a><br /><div>Hoje o acaso errou feio,<br />colocando a seta bem longe do alvo.<br />Do texto nunca lido e que ela conhecia tão bem,<br />muito bem.<br />Sabia de có algumas réplicas.<br />Tantas réplicas que a conheciam tão intimamente bem que chegou a pensar que era melhor nunca terem saído da sua boca, da sua entonação.<br />Malditas e reveladoras réplicas<br />de mal presságio.<br />Pelo menos assim soavam, ao saírem de sua língua, naquele tom.<br />E aquela réplica, tão inocente coitada, não sabia que encerrava alí o fim de um discursso.<br />Pensando ela estar brilhando esplendorosa em sua pomposa vaidade.<br />A vaidade das réplicas que pensam bailar sobre o ar, sem nenhum suporte, numa falsa independência.<br />Que graça tem saber o fim do caminho<br />quando se caminha rumo ao nada?<br />Vai embora réplica<br />mas não diz porque<br />se não o acaso te busca<br />e não se sabe o fim da estrada.<br />Estrada, entrada, cada, nada.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-73126048110818178562007-06-19T04:07:00.000-07:002007-06-19T04:21:30.001-07:00Minha estante.<a href="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rne8HIMeGGI/AAAAAAAAAAc/VpXmtn9JjxU/s1600-h/pernas+cruzadas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5077733935528417378" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/Rne8HIMeGGI/AAAAAAAAAAc/VpXmtn9JjxU/s320/pernas+cruzadas.jpg" border="0" /></a><br /><div>Dorme em cima do ontem,</div><br /><div>que amanhã terá tudo de novo.</div><br /><div>Na saia suja de poeira velha</div><br /><div>daquele ensaio no qual se errou, se acertou e entonteceu</div><br /><div>Dos livros que não foram lidos e que serão relidos amanhã.</div><br /><div>Na mochila entreaberta na qual se tira e se coloca tudo, sem pudor.</div><br /><div>Nos rascunhos de anteontem</div><br /><div>Nas músicas do ano passado</div><br /><div>Nas contas de todo mês</div><br /><div>Junta, acumula, guarda.</div><br /><div>Passa por cima do futuro que o passado retorna, sem dó nem piedade, e abala todo o hoje.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6055807096703776732.post-30871121929706675752007-06-15T20:53:00.000-07:002007-06-15T21:15:52.607-07:00Maldito pescoço.<a href="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RnNj1IMeGFI/AAAAAAAAAAU/WgjKGKIFmPA/s1600-h/meia+listrada.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5076510969360685138" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_fDxJ9DIWIfQ/RnNj1IMeGFI/AAAAAAAAAAU/WgjKGKIFmPA/s320/meia+listrada.jpg" border="0" /></a><br /><div>Entre Arthur Miller e Nelson Rodrigues muitas coisas aconteceram.Muitas coisas não aconteceram.</div><br /><div>As duas irmãs se amarão um pouco menos e alguns amantes se amarão um pouco mais.</div><br /><div>Mary Warren tem medo de que seu pescoço seja quebrado na forca, mal sabia ela que um pescoço pode enforcar muitas horas.</div><br /><div>O maldito pescoço.Será assim, sempre assim.</div><br /><div>O tempo teme em passar corrido como as horas, mesmo com tanto trabalho,cimento e um certo travesseiro de vidro. Contigo não tenho medo de nada.</div>Carolhttp://www.blogger.com/profile/00941778191651339739noreply@blogger.com0