sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Da Av. 7 ao Samhain.


Andava com os pés na mão

Era solstício de verão.

Não sabia.

Ouvidos nas buzinas

dos vendedores de esquinas

ouvindo liquidação

Era longa a estrada infernal

bem no centro do capital

vendiam manga

calcinha

panela de pressão

pra fazer pressão.

Podia fazer um pedido

se olhasse para o céu

se ouvisse o céu

mas

É Natal!

berrava o capital

e não há tempo a perder.

Não há

não há felicidade sem grandes ofertas

não há vida sem pulseiras coloridas

não há sorrissos sem sandálias americanas.

A vida que há gira em torno do olhar

daquele que olha

sem poder participar

da festa do comprar

da guerra por pagar

da doença por.

TER.

Enquanto isso em outro mundo

um Deus dá seu último beijo em sua amada

e caminha ao país do Verão utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain.

Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois acredita-se que seu poder mágico é muito grande.

2 comentários:

Anônimo disse...

Deveria chamar: outras meias..rss

Anônimo disse...

Olá minha jovem rainha das palavras, poemas lindíssimos esses!!
Espero que muitas pessoas possam apreciar isso. Eu gostei muito, e sempre que puder irei conferir um novo poema.
Abraços, e boa sorte!!!