Andava com os pés na mão
Era solstício de verão.
Não sabia.
Ouvidos nas buzinas
dos vendedores de esquinas
ouvindo liquidação
Era longa a estrada infernal
bem no centro do capital
vendiam manga
calcinha
panela de pressão
pra fazer pressão.
Podia fazer um pedido
se olhasse para o céu
se ouvisse o céu
mas
É Natal!
berrava o capital
e não há tempo a perder.
Não há
não há felicidade sem grandes ofertas
não há vida sem pulseiras coloridas
não há sorrissos sem sandálias americanas.
A vida que há gira em torno do olhar
daquele que olha
sem poder participar
da festa do comprar
da guerra por pagar
da doença por.
TER.
Enquanto isso em outro mundo
um Deus dá seu último beijo em sua amada
e caminha ao país do Verão utilizando o Barco da Morte para morrer em Samhain.
Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois acredita-se que seu poder mágico é muito grande.
2 comentários:
Deveria chamar: outras meias..rss
Olá minha jovem rainha das palavras, poemas lindíssimos esses!!
Espero que muitas pessoas possam apreciar isso. Eu gostei muito, e sempre que puder irei conferir um novo poema.
Abraços, e boa sorte!!!
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